Especial Psy Trance

Trance psicodélico (referido freqüentemente como psy trance) é uma forma de música trance (um estilo de música eletrônica), desenvolvida no fim dos anos 1980 a partir do Goa trance. O trance tem uma batida rápida, entre 135 e 150 batidas por minuto (bpm), além da batida forte de kick, num compasso 4x4, que algumas vezes difere da batida do techno por ter um alcance de freqüência um pouco mais alto além dos sons graves. O Goa trance original geralmente era feito com sintetizadores modulares e samplers de Hardware, mas a preferência no trance psicodélico se direcionou para a manipulação de samples e armazenamento em programas de sampleamento VST e AU. O uso de sintetizadores analógicos para a síntese sonora deu lugar aos instrumentos "Analógicos Virtuais" digitais como o Nord Lead, Access Virus, Korg MS-2000, Roland JP-8000 e os plugins de computador VST e AU como o Native Instruments Reaktor. Esses geralmente controlados por um sequenciador MIDI dentro de um programa de Digital Audio Workstation (DAW). O trance psicodélico é freqüentemente tocado em festivais ao ar livre. É freqüente os festivais durarem vários dias, com a música tocando 24 horas por dia.

O estilo no BrasilO trance psicodélico é o estilo de música eletrônica mais popular no Brasil, com diversos festivais e festas reunindo mais de vinte mil pessoas ocorrendo ao longo do ano e em quase todas as metrópoles do país, e cada vez mais ganhando aceitação do público em geral. Grandes artistas como GMS, Infected Mushroom, Skazi, Eskimo, Talamasca vêm freqüentemente ao país, às vezes mais de três vezes ao ano.

Há também no Brasil grande número de DJs do estilo, tais como Rica Amaral, Rodrigo Leal, Otto, Mack, Zuno, Matera, Wrecked Machines, Du Serena, Fuzzy Project, Rafa aka Hibotic, Rafael Dahan, Duty, Cau, Marcelo V.O.R., Audio Cactus, Akasha,Cosmo Tech,Skulptor, Hydraulic, Navgon, Nandoxx, Ekanta entre outros.

Vertentes do estiloÉ um dos mais populares estilos de música eletrônica nos últimos anos, e vem sendo tocado desde raves específicas para este estilo até clubes mais comerciais. É bastante psicodélico, tendo como característica principal a idéia de transe em que o ouvinte entra, embalado pelas linhas de sintetizador repetidas ao longo das batidas da música, que consiste num ritmo 4/4. Desde o seu surgimento, o trance já passou por várias mudanças. De acordo com os detalhes em sua estrutura, podem ser dos estilos Progressive, Dark e Psychodelic, entre outros. Cada vertente tornou-se independente, formando uma escola para os artistas envolvidos. Sendo assim, é possível acompanhar a evolução da cena psicodélica em particular.

Dentro da cena psy atual, a produção de música eletrônica é abundante e rica em qualidade, dividindo-se nitidamente em três fortes correntes: Full On, Progressive e Darkside.Full OnÉ a vertente mais pesada e rápida do Psy Trance. Seus baixos são corridos com muitas variações de tons, sintetizadores ao extremo e por uma grande oscilação entre momentos de euforia total e melodias bem trabalhadas, geralmente construídas entre 142 e 147 bpms. É sem dúvida um som que tem um apelo dançante. É extrovertido e convidativo à expressão corporal da dança. Seus elementos vão entrando, cada um em seu tempo, até que a música enche, e então explode. Alguns da vertente são o Absolum, Alien Project,Atary, Fuzzy Project, Rafa aka Hibotic,GMS,Infected Mushroom,Logic Bomb, Sesto Sento, Parasense e V_Storm.

O Full On se divide em:

Morning: sub-vertente que levanta a galera nas manhãs das festas, com muito groove e muita melodia. A maior parte dos "mornings" vem de Israel. Artistas como Astrix, Vibe Tribe, Melicia, Psydrop, DNA e Sesto Sento apostam no "morning" com seus synths altamente melódicos. Expoentes de "morning" de outros países também se destacam, como por exemplo o Protoculture (África do Sul), Tikal , Antidote e Bamboo Forest (França). Night: sub-vertente que de destaca pelo mix de elementos do Dark Trance (Kick Pesado, synths sombrios) com uma pegada mais dançante. O projeto mais conhecido de night, embora muitos o considerem "dark" é o Azax Syndrom Groove: sub-vertente que não distingue "night" ou "morning", tem como principal idealizador o projeto francês Talamasca é bem aceita em qualquer horário, utiliza também muito sintetizador, muita explosão, linhas de baixo mais sincopadas e melodias facil assimilação. Artistas como GMS, Shanti, Wrecked Machines e Rafa aka Hibotic são alguns exemplos. ProgressiveVertente mais calma, lenta e extremamente lisérgica do Psy Trance, construída entre 135 e 140 bpm. A oscilação é deixada de lado, o som é mais constante, retilíneo e crescente. Os sintetizadores são mais sutis, sendo a batida e a linha de baixo o que mais interessam ao trance. É uma música introspectiva, que busca equalizar as ondas do cérebro, e assim, chegar a um estado meditativo da dança. É o som típico de fim de tarde no qual, depois do Dark e do Full On, é muito aceita para descansar o corpo e a mente. Tem um kick bem leve e um baixo bem grooveado, passando por diversos tons que empolgam seu ritmo dançante. Exemplos são os produtores do Beat Bizarre, Kent e Tone, Metapher, Bitmonx, Ticon, silici0 e Atmos.

O Progressive se divide em:Psytech: sub-vertente que mistura elementos do house e techno, com o groove e os elementos e efeitos dos sintetizadores DarkVertente com efeitos curtos e rápidos, batidas em torno de 155 bpm sem uma melodia pegajosa de sintetizador, com baixo reto, kick pesado, samplers macabros de filmes ou músicas sombrias, bem barulhenta que geralmente se ouve nas noites das festas. Artistas como o DJ Paulo Lopes (DJ português que é deficiente visual, por isso tem os outros sentidos apurados, e um dos pioneiros do Psy Trance em Portugal e no Brasil), Dispersus, Damage, Digital Talk, Menog, Electrypnose, e Baphomet Engine (Brasil).

O Dark se divide em:Weird: é uma variação do "Dark" mais high-tech e moderna, sem tantos barulhos, mas com o mesmo teor sombrio e um bassline corrido com certo groove. Absolum, CPU, Psychotic Micro. Todas essas vertentes se completam, cada uma com seu momento dentro do ritual. A celebração psicodélica precisa tanto dos momentos de euforia e dança que o Full On proporciona no auge da festa, assim como do som barulhento e sinistro do Dark, além dos insights meditativos do Progressive após a energia ser trabalhada. Tudo no seu tempo e com harmonia